quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Vou Virar Borboleta.



Um dia, tudo isso, tudo isso aqui dentro, há de passar. Alguém um dia me disse que o que é bom, dura o tempo suficiente pra se tornar inesquecível. Tenho essa visão de uma forma mais trabalhada: Tudo o que é bom, dura. Só. Sem essa estória de não nos amamos mais. Nos amamos tanto que nos permitimos nos amarmos, quando quisermos.
Tudo bem... não é sempre que eu aceito o fato que ninguém é de ninguém e tudo muda. Sou fadada ao desejo de ter pra mim, mas tenho certos lampejos de lucidez. Raros, mas tenho. Afinal... O que quer dizer amar? Quer dizer dar tudo de si, sem esperar nada do outro? Então... Quem espera não ama? Quer dizer lutar com todas as suas forças pra permanecer com o outro? Então... Aqueles que pararam de lutar, por entenderem que existem relações que simplesmente não são pra acontecerem, não amam? Afinal... O que quer dizer amar?
Parei de perguntar. Resolvi então que amar é amar. É não querer pra ninguém, o que não quer pra si próprio. É se permitir dizer que ama e permitir que o outro não lhe ame. E isso não quer dizer se contentar com pouco. Quer dizer liberdade. Aquela que eu tanto busquei.
Tem coisa melhor que sorriso? Um daqueles que nem precisa de acompanhamento. Nem de meia palavra. Prefiro (hoje) um desses uma vez por mês. Não. Não sou uma mulher madura e estou até bem distante disso. Sou só alguém que quer o melhor, para todos aqueles que querem o melhor. E por óticas diferentes, quem não quer?
Que tipo de mulher seria eu se aceitasse em minha vida, só aquelas pessoas que sentem como eu sinto? Que tipo de mulher seria eu, de limitar o amor daqueles que amo? Quero mais é que amem. Que amem todos. Que amem sempre.
A gente só sofre por amor, quando não entende pra que ele serve. Quando enche a boca pra dizer que ama e não permite que o outro vá embora. Que bata asas. Que viva outras estórias. Ou quando permite que ele voe e fica na terra, olhando o céu, esperando que ele passe e acene. É por isso que eu vou virar borboleta. Amar é permissão sem autorização. É não precisar trancar as portas. Pássaros jamais voltam pras gaiolas das quais fugiram. Mas... Já reparou que eles sempre voltam pras árvores? Vou virar borboleta.
Gosto sempre de pensar no que vai ser amanhã. Sempre tem sol amanhã. Sempre tem de novo amanhã e sempre tem novidade amanhã.
Vamos abrir as janelas. Tudo bem. Eu lembro que não sou “aquela mulher madura” e que às vezes quero mesmo o quarto escuro, mas to aprendendo que no escuro, ninguém me vê. E cadê o tal amor? No escuro? Não. Vamos abrir as janelas. Amor é iluminado.
Jogar-se do penhasco gritando qualquer coisa sem sentido. Andar descalça nos cacos de vidro. Ascender um intervalo pelo filtro. Nada. Emoção é amar. É acordar com a mão no rosto. Emoção é amar. É acordar sozinha e sentir falta da mão no rosto. Emoção é amar...
Resolvido. Vou virar borboleta.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

... exato. Todos me viram chorar.
Justo eu, a mulher forte, linda, inteligente... Aquela que todos amam.
Justo eu, a estudante, militante, paciente... Aquela que todos admiram.
Perdi o prumo, assim como perdi o chão.
Ele virou mar debaixo dos meus pés. Me fez flutuar. E eu fui caindo, mas não foi devagar. Foi rápido, muito rápido, dolorosamente rápido.
Cheguei no fim e não tive braços estendidos a minha espera. Dei de cara no asfalto cinza. De cara no silêncio em meio a um barulho infernal. De cara com o fim (que até então me parecia tão distante)
Alguem diz "eu te amo". Um silêncio se dá e por instantes, alguem que acha que vai ter a resposta a que quer. Alguem responde... "se cuida".
... exato. Todos me viram chorar.

domingo, 20 de setembro de 2009

... Tem sempre alguem ao lado...


Não pode me amar? Permita que outros amem. Não me prenda numa teia de dúvidas e problemas para os quais, soluções não existem.
Permaneço aqui. Permaneço lhe amando. Não seja covarde. Não use isso como arma. Amor não é arma. É coisa bonita. É coisa de quem acredita no que os olhos falam. É coisa de quem entrega o corpo, e junto com isso, dá a alma. Entregue, beijada.
A covardia não é minha, não me apropriarei dela. Eu sou a coragem vestida de gente. Sou a que não tem medo. Sou a que arrisca.
Mas arrisco o que eu quero. Risco dos outros, não quero correr.
Não me olhe mais nos olhos. Se conseguir, nem olhe. E se olhar, não enxergue. Tenho medo do que você pode ver. Talvez amor saltando dos olhos. Talvez rancor pulando nas veias. Não olhe. Não olhe.
Me ame. Até onde puder, até onde fizer feliz. Até o último quilômetro de cada praia desesta que se tiver notícia. Me permita sentir disso jorrando de você. Me faça achar que eu posso voltar a ser covarde e mais um dia estar deitada no teu peito, vivendo uma realidade que não é a minha. Sonhando sozinha um sonho de dois.
Me permita estar amargurada. Dura. Fria. Seca. Sem saber se grito ou se calo. Sem saber se corro, ou se paro. Sem entender nada. Querendo saber tudo.
Me deixe correr até onde eu possa gritar bem alto que eu acredito nessa estória de felizes para sempre. Eu só posso gritar isso longe. As pessoas me julgam louca. Sabia?
Me solte. Eu vou continuar correndo. Não quero parar.
Corra. Nossas corridas estão para lados opostos e eu não sei desviar caminhos.
Viva. "Tem sempre alguem ao lado".

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Uns riscos...


...E fui sentindo um vento bom se aproximar e me arrebatar, mas sem me levar pra longe, deixando no mesmo lugar, sem ser o mesmo lugar.
Foi ficando bonito e de repente, era o lugar mais pleno de beleza do Universo. Sem concretos, nem catracas, nem relógios, nem qualquer som.
Os passos se deram lentos, um pé, depois o outro, e assim por diante, devagar... devagar... E então, abraçamos um ao outro, sem abraçarmos um ao outro. Abraçamos o ideal que fazíamos de cada um. Eu abracei o que quis. Ele abraçou o que quis.
Parado na minha frente, ele tinha o mais belo sorriso, o mais aberto, o mais de verdade. Tinha os olhos de pedido que não se nega. Tinha o cheiro de casa pra onde você sempre quer voltar.
E lá ficamos, falando coisas com muito sentindo, que se tornaram sem sentido algum, diantes dos olhos de pedidos...
Tesão, vontade, frio na barriga.
E de repente eu acordei.
Mas a sensação de que ele me faz bonita (vista de qualquer ângulo) passou o dia comigo.
E as vezes, eu ainda posso sentir o vento que arrebata sem levar pra longe.
Não quero ir. Quero ficar.
E por ser sonho, essa opção se faz real.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Amor de Prateleira.



Por que motivos teimam em achar que amor vende em supermercado? Escuto algumas pessoas dizerem: “Calma... Depois você acha outro amor”. Não estou nervosa. Mas amor não é biscoito. Não ta na prateleira, na promoção. “Leve um pague dois”
Amor (aos que não lembram) é aquele sentimento puro que poucos conseguem sentir, e ao mesmo tempo, todos dizem que sentem. A gente tem é que sentir se as pessoas sentem. E nem me diga que não dá. Dá sim. Respire fundo, feche os olhos e olhe pra dentro. Se a resposta estiver dentro, você certamente a verá.
E lá vem mais um dizendo que logo eu acho outro amor. Por Deus... Qual o julgamento que essas pessoas fazem de amor hein?
Tudo bem que cada um sente de um jeito. Mas... Na minha cabeça, amor é amor. Daqueles que matam que arrebatam que levam pra longe, que fazem chorar de saudade, que fazem querer ir morar do outro lado do mundo só pra não ter que ver a pessoa que dias atrás fazia planos com você e agora não os faz mais.
Certo, certo... Amanhã essa dor passa. Mas hoje? Nem venham me dizer que “eu já amei assim, sei como é”. Ninguém amou assim. Quem é que sabe do amor do outro?
Pois falem o que quiserem. Afinal, se dizem que já amaram (por mais que não entre na minha cabeça que amor seja gripe), devem saber do que estão falando não é? Mas o meu amor não fica na prateleira do supermercado. Não vende. Logo, não tem outro.
Escutei algumas teorias nos últimos tempos. Coisas do tipo: “Claro que o amor permanece; mas é amor de amigo”. Chego a dar gargalhadas quanto a isso. Pois, o meu amor sempre foi de amigo. Fiquei até com uma dúvida muito séria agora: quando a gente ama, ama todas as partes não é?
Sem mais perguntas que não se pode responder...
O meu amor é em nada pretensioso e não quer de forma alguma ser amor maior que outros amores. O meu amor está nesse momento, simplesmente amando. (Foi o que ele sempre fez). E é certo que ele ficará aqui. (dentro, que é onde tudo é mais visível).
É complicado pra um monte de gente entender que existe esse tipo de amor, aos milhares por aí. Poucas pessoas falam dele. Poucas pessoas querem sentir ele assim. Ainda (tenho fé que isso muda) não é permitido amar sem pretensões. Amar por amar. Ao contrário do que pensam isso não tem nada haver como amar sem ser amado. Tem haver com amar e se permitir amar, como tiver que ser.
“Passou” um homem ‘por aqui’ se dizendo livre. E eu o amei desse jeito aí: toda. E ele me amou desse jeito aí: todo. Só que tem um monte de por quês que a gente não entende. Ou que a gente fecha os olhos pra não entender. Eu não entendi o amor todo. Ele não entendeu o amor todo. E por esse motivo, ele “passou”. Porém, enquanto “esteve”, ele foi o mais presente, mesmo ausente. Ele foi o maior sorriso, mesmo triste. E modificou de inúmeras maneiras, as formas que eu tinha de amar.
Não me adeqüei à forma dele. Á isso, a maioria das pessoas dá o nome de fim. Eu chamo de começo, de tentar mais uma vez. E lá me vem os pensamentos pequenos: “E você vai se adequar?” Em que importa? Qual a diferença de quem cede a quem? Aprendi que o que importa nessa vida (louca vida) é viver.
Você quer mais pensamentos pequenos? Recebo deles aos montes. “Mas você ama de graça”. Impossível. Esse tipo de amor não existe. Todo amor quer alguma coisa. O que ‘eles’ não enxergam, é que não tem que ser necessariamente ficar junto.
Amor pede outras coisas. Pede distância. Pede mandar ir pro inferno. Pede dizer que nunca mais quer ver...
E talvez (dessa parte eu não sei ainda) não peça pra voltar. Peça pra ficar lá... Longe. Tem amor que fica mais puro se fica longe. A gente aprende a observar e manter ele bonito.
Nesse amor, faltam algumas coisas. É aí que a gente vive outras estórias. Toque, carinho, sexo. Não sou hipócrita a ponto de dizer que vou enfiar minha cabeça no forno aceso. Vida continua... Sempre continua.
Entendi (e olhe que custou) que outras “pessoas” sempre vêm. A gente sempre é encontrada. Não adianta nem se esconder em buracos fundos. Você tem a opção de estender a mão ou não. “A minha está estendida”.
Só não espere que eu estenda a mão no supermercado, na prateleira de amores (biscoitos). Lá não tem o ‘meu amor’. Aquele que eu construi. E lá vem novamente: “Você constrói outro”.
Só tenho uma coisa a dizer... Eu tenho uma casa pronta. Com alicerces fortes. Uma falha ou outra no reboco, umas goteiras... E por isso, eu vou me mudar. Ficarei lá, no novo lugar, até essa reforma acabar. (tendo em vista que talvez eu não veja a obra concluída). Mas não construo mais casa nenhuma. Reformarei a minha.
E mais pensamentos alheios, sobre o meu pensamento: “Que menina pra pensar pequeno...” A eles não posso dizer muita coisa...
Talvez amanhã eu não ame mais. Mas hoje eu amo pra sempre. E nada de promoções.

Recife; 15 de janeiro de 2009
Bárbara Vasconcelos.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Mulheres e Comunicação.



“Uma expressão de conhecimento de gênero”

Então somos todas comunicadoras. Independente de estudantes ou não de comunicação social.
Informamos através de dados estatísticos que cada vez mais somos arrimo* de família; dividimos com a população nacional/mundial nosso interesse de ocupar o mercado de trabalho, como nossas qualificações nos permitem e asseguram; Avisamos que não seremos mais exploradas sexualmente e/ou humilhado-diminuídas moralmente, seja dentro de nossas casas, seja em nosso ambiente de trabalho.
O diferenciamento que se deve ser exigido, diz respeito à qualidade e veracidade de informações sobre dados feministas e o acesso a essas informações.
Temos como dado estatístico, que mesmo depois de dois anos da criação da Lei Maria da Penha, apenas 2% dos agressores sofrem algum tipo de pena. Primeira pergunta: por que a lei não se cumpre?
Em conversa com uma moradora do Alto José do Pinho (Recife/PE), recebi a informação de que hoje, muito mais mulheres são assassinadas por seus “companheiros” e a razão dada é: “mortas, as mulheres não apresentam queixas” (dito assim, com essas palavras mesmo). Em outra conversa (essa ouvida em um diálogo feito por dois homens, dentro de um transporte público da mesma cidade), ouvi que: “Agora bater não é mais a saída, por que se o homem ‘dá uma tapa’ é preso e tido como covarde. Se ele mata, ele ‘tem a moral’. – Ele matou por que ela era safada”. (Dito assim, com essas palavras mesmo)
Segunda pergunta: esses homens e mulheres conhecem a Lei Maria da Penha?
Terceira pergunta: a Lei assegura que o estado garanta a segurança dessas mulheres, depois da queixa prestada?
Queremos essas informações e temos direito a elas. Como contribuintes. Como telespectadoras.
Quarta pergunta: se os meios de comunicação não servem para comunicar, pra que eles servem?
Não queremos mais seriados adolescentes que ensinem (ou tenham tal pretensão) qual a roupa mais legal para esse verão. Queremos campanhas veiculadas em meios de comunicação que atinjam todas as classes sociais, sobre o uso de métodos contraceptivos. Não queremos mais campanhas publicitárias dizendo que “você PRECISA de um tempo na sua vida pra ser mais bonita”. Queremos que os meios de comunicação sejam eficientes no combates as opressões de gênero, de raça, de classe social.
Quinta pergunta: esse texto, construído por uma mulher, estudante de jornalismo, no 1° período, seria veiculado em alguma ‘dita’ grande empresa de comunicação, mesmo tento informações para a sociedade como um todo?
Você pergunta. Você responde.
Então... Somos todas comunicadoras

sexta-feira, 29 de maio de 2009

poRque não é perMitido paraR.


Te perguntaram os seus motivos? Te disseram que não vale a pena? Te encheram os ouvidos com frases como: Daqui a alguns anos, estará tudo igual...?
E você ainda assim, permanecerá lendo esse texto até o fim?
É isso. "Então somos companheiros".
Não paramos no meio do caminho, nem quando nos põem barreiras gigantes na estrada.
Não damos meia volta, quando não vemos essa barreira retirada. Nós a retiramos.
É pesada? Chama mais gente. Ainda pesada? Empurramos ela até o acostamento.
Mas "Não paramos na pista".
Sim. Fraquejamos algumas vezes. Essa luta não é feita somente de nãos e nem somos nós, senhores da verdade.
Mas seguimos.
Quando nos prometem um congresso e o que vemos é uma eleição, seguimos.
Quando montam uma comissão de organização que só se reúne uma vez pra dizer que existe e outra pra fazer um credenciamento, seguimos.
Nos chamam de sonhadores. Até gosto do termo.
Mas prefiro que nos chamem de lutadores, modificadores de uma sociedade em crescimento. Alicerce da construção de um mundo mais justo, onde não haverá cidadão sem direito a educação. "Esses termos me soam melhor".
Mas a quem não goste, podem nos chamar estudantes.
O nosso objetivo é que sejamos vistos como o que realmente somos: A BANDEIRA REVOLUCIONÁRIA DESTE PAÍS. E não mais um grupo interessado em fazer do Movimento Estudantil, trampolin político.
Está em nossas mãos a responsabilidade.
Te perguntaram os seus motivos? Te disseram que não vale a pena? Te encheram os ouvidos com frases como: Daqui a alguns anos, estará tudo igual...?
E você ainda assim, permanecerá lendo esse texto até o fim?
É isso. "Então somos companheiros".

domingo, 3 de maio de 2009

Não quero Saber...

Vivemos entre os cacos do que alguem deixa.
"Raspas e restos nos interessam?
Me vi dizendo hoje, quando perguntada sobre como andava a minha vida, que música salva tudo. Música, cigarro e café.
Depois me peguei pensando que faltava alguma coisa:
Logo cheguei a seguinte conclusão:
'Música salva tudo. Musica, cigarro, café e mentira".
Todos precisamos delas. De uma boa mentira. De algo que engane; que esconda; que omita.
Já tinha feito há algum tempo, a avaliação de que mentiras não existem, que o que existem são duas os mais verdades.
Me refiro agora, à aquelas mentiras que queremos ouvir.
Mentiras do tipo: "Eu estava no shoping". [cheirando a vinho?]
"Senti sua falta". [chegando em casa ás 7h da manhã?]
Tem aquelas coisas que você finge que não vê. E não me diga que você quer saber tudo, absolutamente tudo.
Você não quer.
Achei que eu quizesse. Achei até hoje.
Mas olhando pro lado agora, aceito que não.
Não quero acorda-lo e indaga-lo sobre nada.
Não quero saber de nenhum detalhe, nenhuma história de por ques... Sempre acredito nelas. E por preferir não mais crer, prefiro hoje, não saber.
Acomodação?
Talvez.
Mas hoje, eu darei o nome de falta de amor.
Ficaria mais triste há um tempo atrás com o desperdício tão deslavado desse bem tão precioso.
Hoje não. Hoje eu prefiro não saber. Não querer opniões, não querer explicações.
É, sei que é essa a maior mentira. Aquela que contamos pra nós mesmos. Mas hoje, só hoje, prefiro não saber.
Prefiro crer que tudo se salva com música, cigarro, café e mentiras.
O problema é que:
Se eu ouvir música ele acorda.
Não tem mais cigarros.
Estou com preguiça de fazer o café.
E as mentiras... aH... Prefiro não saber.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Gritando a Violência contra as Mulheres.




Sofremos violências diárias em todos os setores da sociedade, e agora surgem pesquisas informando: “MULHERES SÃO NÚMERO SIGNIFICATIVO EM REPRESENTAÇÕES CRIMINAIS”. Nas entrelinhas: ”MULHERES AGORA SÃO VIOLENTAS”. E o termo ‘violentada’ é cada vez menos usado. Como se não bastasse o peso da opressão histórica, somos comparadas -e equiparadas- aos homens em relação à violência latente dos nossos dias.

Escutamos ainda coisas do tipo: ‘Vocês não batalharam tanto por direitos iguais?’ Não se espantem. Fazem mesmo essa pergunta. Numa avaliação plural, entendemos que mesmo depois de tanta luta, somos violentadas todos os dias, se quando ocupamos os mesmos cargos que homens, tendo a mesma formação profissional, recebemos salários inferiores. Se quando no espaço acadêmico somos aliciadas e/ou constrangidas por professores e colegas. Se quando engravidam, as jovens se vêem sozinhas com crianças nos braços, e nega-se qualquer tipo de assistência estudantil. Se cada vez mais as mulheres estudantes são molestadas e estupradas nos campi universitários, ou a caminho de casa, tarde da noite, voltando de suas respectivas aulas. Não sofremos nós, todo esse tipo de violência? Mas estamos aqui. Soltando as vozes. Fazendo barulho. Gritando alto.

Gritamos que violência contra a mulher não fica no “subir o morro” falando de planejamento familiar para logo depois estarmos cobertas de críticas por defendermos a LEGALIZAÇÃO DO ABORTO. Mais que o aborto, o que mata é a hipocrisia. Lutamos pelo direito à informação, pelo direito pleno a responsabilidade pelo nosso corpo.

O índice de criminalidade cresce de maneira proporcional a esquizofrenia que a sociedade produz. E o que podemos nós fazer? Gritar que estamos aqui! Que queremos atitudes, e que lutaremos por elas!


Bárbara Vasconcelos e Roberta Barcellos.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um resgate de heréges.

Somos todos perdidos.
Vivemos em um mundo de ir e vir constante. E a quem podemos fazer queixas? Caso isso lhe incomode, claro.
Será que a gente pode colocar nas pequenas causas, destino traidor?
Não. Não podemos. Logo... Vamos seguindo os acontecimentos.
O que acontece agora é que não posso estar cega. Eu não posso ver as coisas nas quais eu confio, serem derrubadas como muros que incomodam. Estou sendo levada e o caminho tem me agradado bastante. Até por que eu já o conhecia. Mas sabe quando uma coisa velha tem cheiro de coisa nova?
Novas formas de chegar onde queremos.
Novas maneiras de olhar para o rosto das pessoas.
É, não tem mesmo como colocar nas pequenas causas destino traidor.
O que a gente tem que fazer é seguir o sangue. É deixar correr. É correr atrás.
É pintar o rosto. É ensaiar palvras de ordem.
Sempre terá o que diga que é uma luta em vão. Com esses aprendi a não me preocupar. Eles sempre nos verão com bandeiras levantadas e um dia dirão:
"Será, que com tanta insistência, eles não tenham mesmo razão?"
Meus amigos, é aquela hora do tudo ou do tudo.
Apito numa mão, bandeira na outra. Por que somos todos perdidos mesmo. E isso não se nega.
Nesse mundo que estou vendo, eu não me acho. Você se acha? Se a resposta for não, faça alguma coisa pra se achar.
Que tal mudar o mundo?
Ah... Seu vizinho já te falou que não dá?
Pergunta a ele se ele não tentou pouco.
Por que até eu conseguir, eu terei tentado pouco.
Somos todos perdidos...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Um mundo de sozinhos.


E vou eu começando a escrever ás 3:00h da manhã. Como se houvesse hora pra colocar pra fora o que preso está.
Tenho me sentindo meio sem rumo e me fazendo perguntas que geralmente calamos. Preferimos abafar.
Porque eu não as abafo? Porque as quero fazer?
Daí comecei a pensar que talvez esteja eu no mundo errado. Que nesse mundo aqui não me cabe. Por que se eu for falar dos meus medos com as pessoas (normais) vão querer me internar, me amarrar numa camisa de força. E seguindo isso, eu vou acumulando cada dia mais perguntas.
Sexualidade se discute?
Toda verdade é relativa?
Certo é certo e errado é errado?
O mundo é o não é um moinho que vai triturar meus sonhos tão mesquinhos e reduzir as ilusões a pó?
E todas as vezes em que ouso fazer qualquer desses questionamentos, vou observando que o mundo está cada vez mais individualista. Pois as respostas sempre são:
A sexualidade é minha e eu a divido com quem eu quiser.
O que é verdade pra você pode não ser pra mim.
O que é errado pra você pode não ser pra mim.
Não quero dizer com isto que o mundo acabará. Mas as vezes tenho medo que formemos um "mundo de sozinhos".
Singularidade é símbolo da nossa geração. Não devemos nada a ninguem. Podemos tudo. Isso é de fato a evolução?
E a cada segundo mais perguntas sem respostas que me convençam. Me sinto como se estivesse na feira livre das informações. E tem tanta variedade que eu "não sei o que levar".
É a torre de Babel do novo milênio. É a guerra tecnológica onde todos podem sempre mais que alguem. E fico eu, pobre mortal que não quero ser melhor que ninguem, no meio da avalanche. Das gotas de palavras que não acabam. Não acabam.
Pode. Não pode. Faça. Não faça. Cresça. Não obedeça padrões. Não case na Igreja. Não batize seu filho. Não se encaixe em um mundo artificial...
E se for a minha grande vontade? A minha função. O meu dever.
Em cima da torre (de babel) tem sempre alguem gritando: você pode mais.
E eu fico daqui de baixo respondendo: Mas eu só quero isso.
Pena. Ele, ou ela, (não sei nem se sexualidade existe) não me ouve. De baixo é complicado gritar. Aí me vejo obrigada a ir subindo.
O problema é chegar lá em cima e se perguntar: "O que é que eu to fazendo aqui?"
E sempre terá alguem cheio de teoria pra explicar as razões. Mas... como é que ele, ou ela, (não sei nem se sexualidade existe) sabe?
Toda verdade é relativa?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


Sabe coisa pequena? Miúda mesmo... daquelas que passam quase despercebidas... É assim que estou agora.
Pensando como coisas tão grandes vão indo, indo, indo... E quando tu menos percebe... foi. Dá até pra correr e tentar pegar. Mas aí tu tem que fazer aquela avaliação de até onde é válido correr os riscos.
Durante todo o tempo, eu pensei que valia ir até o fim do mundo pelos meus sonhos. Mas hoje, de tão pequena, chego a pensar que nem sonhei. Que não me permiti isso. Que fui simplesmente seguindo e me deixando levar.
Talvez se eu tivesse sonhado mais.
Talvez se eu tivesse tido menos dúvidas.
E com essas indagações, chego a que mais dói:
O que eu fiz?
Não fui toda? Não fui plena?
Tempo sempre me mostra que quanto mais eu ando, mas presa estou. E eu... Justo eu, que prego que amor liberta... Não me deixei ir.
Fiquei aqui, escrevendo.
Mas... quem lê?
Quem se importa mesmo com o que "os outros" sentem? A quem eu quero atingir com tanta teoria?
Perdi algumas coisas nesse louco mundo louco. Perdi tesão. Perdi fé. Perdi pai. Perdi amigos. E ele me devolveu tudo isso. Ele... meu tesão, minha fé, meu pai, meu amigo...
E agora fica tudo tão vazio.
Como eu pude perder tudo denovo?

E depois de uma longa manhã...


"Liberdade, liberdade... Abre as asas sobre nós".

Que seja. Mas tenho me perguntado (com mais frequência que o desejado) se tanta liberdade vale mesmo a pena. Se tanta liberdade compensa o o outro dia.
Agora, nesse exato instante, não queria ser livre. Queria estar presa e queria não permitir a liberdade.

Sair gritando, derrubando 'ligações', implorando por atenção. Dizendo que eu estou fraca das idéias, mole do juízo. Dizer que eu não quero tanto espaço. Que eu quero espaço reduzido. Que eu quero menos.

Menos gritos. Menos viagens sozinha.

Mais deitar no peito. Mais brincar de desenhar palavras.

De verdade, meu livre hoje se resume a controle. A casa pequena e arejada. A sexo bom sem tanto arrudeio.

Se resume a poder dizer que o amo, sem que isso seja visto como uma coisa absurda.

Falei hoje a um desconhecido que ele é minha alma gêmea mesmo que não fiquemos (nunca mais) juntos.

E ele? Onde estava? Bem ao lado, entendendo tudo errado.

Logo, de que vale tanta liberdade?

Não sabemos usa-la.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

dO lado do crime...


Tentar é sempre válido.
Tentar ir... tentar não ir...
Tentar chegar... tentar sair.
O fato é que a gente tá sempre tentando.
Tem uma galera por aí que para, desiste, estaguina. E não os julgo por isso. Tem hora mesmo que toda essa porra dá uma canceira e a vontade é de mandar tomo mundo pra porra.
(tanta expressão né?)
Mas vê que coisa mais sem graça: Tu põe tua bunda numa cadeira, do lado de fora da casa, e fica lá olhando. Se ninguem passar por lá, tu não vê ninguem. Mas levanta dessa porra, e faz alguma coisa. Dá um passo. Movimente-se. São outras cores, outros tons...
Eu to tentando, Juro que to. Né todo mundo que crê não. Mas to.
Levantei da porra da cadeira.
"Outras cores outros tons".
Tem a mesma pureza... Os mesmos cheiros... Mas tem outros (e novos olhares).
O amo pelo fato de estar aqui. De estar 'dele' e permanececer sendo minha.
Pensei em ir. E escutei algumas pessoas dizerem: "ele vai a qualquer lugar junto com você por que tá dentro".
Tentar é preciso. Parar de tentar também.
Entender que não é você quem decide a hora de parar, também.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Cheia.


Hoje seria um dia que eu correria pra "lá". Que eu pediria colo. Que eu ía querer ficar deitadinha, quietinha... Quentinha...
Mas mudamos de lugares. Mudamos de planos. Mudamos.
Estamos construindo um outro mundo. Uma outra relação. E espero que nessa (daqui um tempo), também me caiba deitandinha, quietinha, quentinha.
Não é fácil transformar em amigo quem a gente ama. Mas pessoas amadurecem e entendem que tudo cresce.
Levei bastante tempo pra entender. E depois de entender, levei ainda mais tempo pra aceitar.
Minha cabecinha é meio perturbada e demora pra entender um monte de coisa.
Tem uma música que diz "No vão das coisas que a gente disse, não cabe mais sermos somente amigos". Será? Será que é impossível mesmo manter uma relação sadia com a pessoa que a gente disse tantas vezes que amava? Quero crer que não. Quero crer que iremos caber pra sempre um na vida do outro, com todos os pontos e vírgulas que uma estória tem direito.
Certamente crescemos em meio a atos e gestos.
Ofenças, críticas, traições...
Mas crescemos ainda mais pelo amor. Pelo querer bem. Pelo querer perto. Pelo querer longe (se assim for melhor). Pelos gestos de respeito e carinho. Pelas demonstrações de afeto, ou pela falta delas. Pelas noites não dormidas. Pelos dias dormidos todos. (rs) Pelos sorrisos, pelas lágrimas... Crescemos.
E hoje eu estou gigante. Cheia dele. Cheia de nós.
E você me pergunta: Acabou?
E eu lhe respondo: Acabou.
Acabou a fase de doer e causar dor. Acabou a fase de omitir.
Começou a fase de libertar. De deixar ir. E de não esperar voltar.
Hoje seria um dia de correr pra lá.
Mas esquecendo aquela outra música lá, tem outra que diz: "Prometo te querer, até o amor cair, doente... doente. Prefiro então partir à tempo de poder, a gente se desvencilhar da gente".
Seguir será sempre preciso. E é pra frente que se anda.
Hoje seria um dia de correr pra lá.
Mas não. Cá estou eu. Cheia de nós. E feliz em ter tido tempo de tanto me encher.
O fato é que todo rio desagua no mar. E é tão grande o mar. E tem tanto rio indo pro mar.
De tanto me encher, tenho a certeza de que jamais serei vazia. Terá 'sempre' dele transbordando.
Hoje seria um dia de correr pra lá.
Mas cá estou eu. Cheia de mim. Cheia, mas sem ser daquelas cheias de saco cheio. Cheia de plena. De toda.
E quando der aquela cheia, meu rio corre pro mar.
E quem sabe lá... Eu encontre 'o' rio. O que me transborda... O que me faz cheia.

E depois de ler tudo o que escrevi, chego a conclusão de que: "Hoje (certamente) seria um dia de correr pra lá".


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Por eLe.


De tudo ao meu sorriso serei atenta.
As vontades dele atenderei. A todas. Sem deixar escapar nenhuma.
Sempre que ele desejar se abrir como uma janela, lá estarei, o exibindo a quem quer que seja.
Sempre que ele desejar se esconder como criança que fez trela, lá estarei eu. O guardando... O protegendo.
Mas saiba "meu amigo" que se precisares dele, mesmo que ele esteja escondido por ter feito trela, o convencerei a sair da toca. A se mostrar, só pra ver o seu sorriso todo meu.
Pois com seu sorriso, o meu se dá mais amplo.
Pois com seu prazer, o meu se faz mais pleno.
Está meio chuvoso (ainda), e o meu sorriso não quer molhar-se.
Mas logo estia.
Então nos veremos...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

cRianças não complicam.



é, é... sOu chata meRmo. Povo cabulozo dizendo o que eu devo ou não fazer. Sacooooooooo.
Não dê trela... Seja mais dura....
Ê povinho sem graça esse viu.
Por isso que cada dia mais eu digo, que crianças não complicam. Falam mesmo.
Dia desses eu queria faltar no trabalho e meu sobrinho de 8 anos virou pra mim e disse: "Deixe de mentira e vá trabalhar". hahahahahahaha... Fui né? Fazer o que? Com criança não se discute.
Plenitude meus amigos. Plenitude.
Existem dias curtos e dias longos.
Os meus nos últimos tempos, são todos longos, com horas demais. Horas que não passam.
Daí vou dormir 3h da matina, escrevendo, escrevendo e escrevendo.
As crianças certamente estão dormindo uma hora dessas. Criança não tem motivos pra ficar até tarde de pé. Só as farras. Mas preocupação? Nenhuma.
Se soubesse disso antes, teria dado mais atenção a minha mãe quando ela dizia: "Ah como eu queria ainda ter a sua idade".
Lembro que eu odiava. Tudo o que queria era ser gente grande. Era poder ficar até tarde acordada.
Hoje eu queria tá dormindo beeeeem tranquila.
Mas tem: contas a pagar. Amor pra adormecer. Insônia. Vícios. Tudo aquilo que a gente quer muito ter quando é pequeno, mas depois que fica grande, quer mesmo é voltar a ser pequeno pra não querer mais nada disso.

As crianças....Ah sim... Elas não complicam.

tUdo como tem que ser...



Amanheceu meio nublado. Dia com cheiro de chuva. Dia com cheiro de terra molhada...
Aí a vontade que dá é de ficar na cama, enrolada num monte de lençois, quentinho, quentinho...
Não dá.
Tem que trabalhar né? Pagar as contas e tal. Aquilo que as pessoas desse mundo aqui tem mania de fazer: ganhar dinheiro. De boa mesmo, acho um saco.
Mas é necessário. Fazer o que?
Só de pensar que vou ficar lá, trancadinha e só saber que é de noite quando olhar por relógio... Chega dá agonia. Num daria em você não?
Mas vamos lá. Vamos agradar a sociedade que impede você de fumar, de falar alto, de usar roupa curta...

Lá estou a caminho do shoping...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

pRa começar...


De preferência não me acorde. Me deixe sempre dormir mais um tanto. Daí, quando eu levantar, você se apresenta. Certo?
Hoje eu estou a sofrer daquele mal que você também sofre, mas que não tem coragem de admitir. Saudade. sIm, sIm...
Saudade daquelas coisas pequenininhas. De dormir com a cabeça enfiada no pescoço dele... Dele reclamando da toalha molhada em cima da cama... Dele cozinhando...
A gente acha que se acostuma fácil né? Né nem assim que a banda toca não viu. Todo um ritual.
Hoje eu dobro o travesseiro no meio e enfio minha cabeça.
Hoje eu estendo a toalha direitinho.
Hoje eu não como. heheheheheheheh... (brincadeira)
Fica mesmo um buraquinho. Mas a gente vai tapando. Uma tonelada ou duas de cimento, certamente servirão.
O certo, é que nada é certo e tudo está fora de ordem. Ficar tentando arrumar é perder tempo. É encher salsicha.
Agora que eu já acordei, por que não para de mentir que é normal? Você não é...

"E me acorda pra contar lorota". Vê se pode...