terça-feira, 6 de julho de 2010

Mergulhada...


Alguns dias são mais longos que outros dias. E esses, são feitos de sofrer. De entregar-se a garrafas de cerveja, a copos cheios, a gargalhadas que não findam, a amigos que funcionam como tanques e neles, a gente se joga. Não sei quantas horas tem esses dias. O que sei, é que eles não acabam. A impressão que tenho é que ele será pra sempre.

Depois de sair dos tanques, há de se querer pegar a barca e voltar pra casa.
Sem cervejas, nem copos (cheios ou vazios)... Foi então que notei que era um dia longo. De acordo com as minhas contas, esse dia já dura um milhão de estrelas. (a contagem é individual e eu gosto de usar estrelas)

Vi algumas delas se apagarem. Outras se acenderem.

Vi alguns tanques tentarem aproximação sem muito sucesso, pois me viciei nos tanques velhos.


E esse dia não acaba. Não importa o que eu faça.
Se eu não o questiono, não acaba. Se o questiono, se arrasta, tentando me explicar a razão de tanto durar. Me falam que esse dia só termina quando eu assim decidir. Eles não escutam quando eu falo que eu já encerrei esse dia, muitas vezes. E que ele sempre começa de novo e novamente e mais uma vez.

Talvez seja um dia de fato eterno e que a solução não seja desejar o seu fim, mas vive-lo, com todos os seus afins.
O tempo na barca de volta pra casa, me fez admitir (duramente) que aquele projeto de dias curtos não existe mais. Que a partir de hoje, (justo hoje) os dias serão sempre longos e inacabáveis. Dias com alguma coisa faltando.

Outras coisas virão. Salas se entupirão de móveis que não farão o mínimo sentindo. Mas, o tempo na barca de volta pra casa, me fez admitir (duramente), que aquele projeto de dias curtos, não existe mais.
E então, o que se faz do amor? Eu ainda não sei o que ele significa. Se quer dizer deixar livre, se quer dizer brigar pra ter.

Não sabendo o que dele fazer, permanecerei o deixando no ar. Solto, livre, como o vento.
Talvez ele torne a guiar a barca. Enquanto não, outros mergulhos serão dados. Em mares distantes, pra que dessa forma, meu corpo não cause qualquer tremulação de outras águas.

Nesses dias longos (que agora sei, serão eternos) eu tenho o desejo egoísta de que qualquer mergulho que aconteça (de corpos que não mais me pertencem) sejam dados longe de onde passa a minha barca.
Não tenho esse direito. E por não ter, serei feliz de saber que os planos de dias curtos, podem nascer de furacões. No meu, ou em outros mares.