
Sofremos violências diárias em todos os setores da sociedade, e agora surgem pesquisas informando: “MULHERES SÃO NÚMERO SIGNIFICATIVO EM REPRESENTAÇÕES CRIMINAIS”. Nas entrelinhas: ”MULHERES AGORA SÃO VIOLENTAS”. E o termo ‘violentada’ é cada vez menos usado. Como se não bastasse o peso da opressão histórica, somos comparadas -e equiparadas- aos homens em relação à violência latente dos nossos dias.
Escutamos ainda coisas do tipo: ‘Vocês não batalharam tanto por direitos iguais?’ Não se espantem. Fazem mesmo essa pergunta. Numa avaliação plural, entendemos que mesmo depois de tanta luta, somos violentadas todos os dias, se quando ocupamos os mesmos cargos que homens, tendo a mesma formação profissional, recebemos salários inferiores. Se quando no espaço acadêmico somos aliciadas e/ou constrangidas por professores e colegas. Se quando engravidam, as jovens se vêem sozinhas com crianças nos braços, e nega-se qualquer tipo de assistência estudantil. Se cada vez mais as mulheres estudantes são molestadas e estupradas nos campi universitários, ou a caminho de casa, tarde da noite, voltando de suas respectivas aulas. Não sofremos nós, todo esse tipo de violência? Mas estamos aqui. Soltando as vozes. Fazendo barulho. Gritando alto.
Gritamos que violência contra a mulher não fica no “subir o morro” falando de planejamento familiar para logo depois estarmos cobertas de críticas por defendermos a LEGALIZAÇÃO DO ABORTO. Mais que o aborto, o que mata é a hipocrisia. Lutamos pelo direito à informação, pelo direito pleno a responsabilidade pelo nosso corpo.
O índice de criminalidade cresce de maneira proporcional a esquizofrenia que a sociedade produz. E o que podemos nós fazer? Gritar que estamos aqui! Que queremos atitudes, e que lutaremos por elas!
Bárbara Vasconcelos e Roberta Barcellos.
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