Não se
afobe, é tudo fingimento, sempre foi. Desde aquela ida ridícula ao café, com
filme romântico / político e beijo na porta de casa com as mãos nas suas
costas, devagar, como se beijasse uma estrela. Você até esqueceu que ele
confundiu você com outra pessoa. Não era paixão. Daí ele sumiu.
Veio o
carnaval e você se apaixonou. Não, não. Por ele não. Por um pirralho que podia
fazer sexo por três horas seguidas e seqüenciais e te dar quantos orgasmos você
pedisse. Mas era só. Rolavam alguns bons baseados também. Um dia, depois das três
horas, dos vários orgasmos e dos vários baseados, tu achou pouco e mandou
mensagem pra ele. Sim, ele, o homem da barba ‘galega’ e linda, com cara de mau.
Tu teve resposta, se sentiu vingada. Daí, tu sumiu.
Tanta coisa aconteceu esse ano, não é? Tanta gente, tanto abraço, tanto espaço. Ele “aparecia” de repente, mas nunca aparecia. Te chamava de linda nas horas em que tu mais se sentia pequena, frágil.
Eu mesma (esse projeto de Jornalista que vos escreve), já até cheguei a me encantar por uma barba parecida com essa que você fala. Mas essa estória não é a minha. Não poderia, porque é exposição demais e se talvez, ele lesse, poderia pensar que era pra ele e eu não posso correr o risco de parecer uma adolescente escrevendo em um blog, coisas das quais eu não posso falar, pela “ausência de ligação”.
As conversas de vocês eram tão agradáveis. Virtuais, mas agradáveis. Ele não sabia, mas no meio de tantos atropelos, problemas e confusões, te fazia sorrir e você não se importava se tudo o que ele dizia, era verdade. Se a mentira fizesse sorrir, era feliz e pronto.
Você achou a presença de outra mulher e se afastou. Inicialmente, tentou não dizer a ele porque. Não tinha sentido você ter ciúmes de um cara com quem tinha se encontrado duas vezes. Mas aí ele insistiu que ela não existia e você, mesmo sabendo que era mentira, foi tentando se convencer de que o sorriso dele de manhã, era a visão mais linda do mundo e que você não podia se privar disso.
Aí você se apaixonou por ele. Não como se apaixonou por tantos outros, de invenção pra ocupar os dias. Se apaixonou sentindo medo, impondo limites e ficando triste com cada nova descoberta sobre como ele acha normal estar na sua porta em um dia e com ela no outro.
Eu posso até dizer como isso vai acabar. Você vai fechar os olhos e se mal dizer umas quinhentas vezes por ter se deixado levar por um homem que te recita Fernando Pessoa e ainda fazendo isso, vai lembrar de como ele aperta os olhos quando está no sol, de como ele segura tua perna, de como ele faz amor te fazendo sentir a única mulher do mundo, de como ele te beija devagar, como se beijasse uma estrela.
Ele te fez sentir como adolescente, com frio na barriga e tudo mais. Isso há de ter algum valor, se não agora, um dia. Tu vai começar assim: Era uma vez...
Não se afobe. Nada é fingimento. Nunca foi.
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