terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A Evolução Do Que Chamam Amor.


            Em algumas rodas, tenta-se avaliar amor entre homens e mulheres, homens e homens, mulheres e mulheres, como se fosse algo explicável, compreensível, metódico, organizado. Dão sintomas, características, estatísticas, dados. Dizem que é muita coisa. Dizem que de repente. Dizem que é uma junção. Dizem que não existe. Dizem até que dói. O que eu nunca vi, foi lógica nas vastas teorias.


            Na antiguidade, no “tempo das cavernas”, amor era “proteger”. Lembra aquele desenho que você já viu várias vezes, de um homem com um pedaço de  ‘pau’ na mão, arrastando uma mulher pelos cabelos? Não era aquilo, mas era tipo aquilo. Alguns artistas já ousaram até, fazer a moça com cara de apaixonada.
Observação: dizem que apaixonado tem cara e que é de babaca.

            Nos séculos com o número 1 na frente, o amor mudou e a mulher passou a ter uma função. A frase da época era: o amor nasce. Se já existisse o Facebook, ia bombar como frase de efeito. Pois bem; amar é para as mulheres, parir, criar, cozinhar e abrir as pernas. Diz-se que em algumas casas, os homens colocavam as mãos em seus rostos durante o sexo, com carinho e ternura. Mas eles não diziam aos amigos no bonde. Para os homens, o amor era um contrato. A mulher era pura (ás vezes nem tanto), recatada, prendada (treinada como cão) e ainda oferecia-se um dote. Um tipo de recompensa, porque um homem finalmente (ela com 17 anos) tirou-a de casa e lhe daria filhos.

            Ouvi uma terapeuta dizer por esses dias, que depois que o amor passou a fazer parte do casamento, depois que as pessoas passaram a casar por amor, as separações passaram a ser mais freqüentes. Não existem mais os fatores: filhos, ficar na rua, ser mal falada, estar sozinha. Impera o ‘não te amo mais’.

            Acontece que amor é irracional. É. Eu estou definindo como algo indefinido, não permanente, evolutivo, facilmente desconstruído, conceitual, geracional. É tão sem sentido amar, quanto explicar amor. É tão sem sentido negar, quanto julgar quem nega. É tão mais pleno deixar ser, sem saber o que é. Tudo nessa vida já tem um nome e uma razão de ser. Por que não deixar apenas uma coisa sem explicação, como eterna descoberta e particular de quem descobre?

            Já vi algumas pessoas dizendo que amor é o mar. Que é ver ele dormir de barriga pra baixo. Que é ajeitar os ‘dreads’ dela. Que é fazer a comida que ela gosta. Que é ficar acordada acompanhando a respiração dele. Que é esperar que ele esteja pronto. Que é admirar o trabalho dela, de longe. Que é criança correndo feliz. Que é mãe fazendo almoço de domingo com casa cheia. Que é sentir saudade de como ele fecha os olhos quando está no sol.

Eu só discordo quando dizem que dói, porque creio que amor sana. Mas, é só o que eu acho. É um amor só. Felicidade é quando os amores se parecem.
           

5 comentários:

  1. Amando e amando, vamos criando nossa concepção sobre o amor! Mas sóse sabe, amando!

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  2. Vc tem razão... amor não dói. o que dói é não poder viver certos amores de acordo com as expectativas que criamos. O que dói é a frustração porque exigimos demais dos outros, às vezes esperamos coisas que não tem como chegar, já o amor é bom de dar e de receber.

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  3. "Porque eu te amo, tu não precisas de mim. Porque tu me amas eu não preciso de ti. No amor, jamais nos deixamos completar. Somos, um para o outro, deliciosamente desnecessários.
    O amor é tanto, não quanto. Amar é enquanto, portanto. Ponto."
    Roberto Freire

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