segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Até parece.

Me deram várias possibilidades pra ele sempre me deixar esperando. Mas a mais lógica, tira toda e qualquer responsabilidade dele: eu faço ou não a opção de esperar. 




Sempre que se inicia uma relação - e por favor, não precisamos dar nomes a elas - as duas pessoas envolvidas podem querer a mesma coisa ou não. 
Vamos fazer análise dessa afirmação? Ponto primeiro: ela pode não ter apenas duas pessoas, porque uma das duas partes envolvidas pode ter desejos de mais. "Territorialismo". Demarca, conquista, acumula. Ponto segundo: envolvimento é coisa bem relativa. As partes - olha a advogada do corpo falando - podem querer coisas distintas, porque, como explicado no ponto primeiro, podem estar vivendo relações diferentes. Para ficar um tantinho de nada mais complexo, para uma das partes, pode nem haver relação, nem igual, nem diferente.
'Significado de Relacionamento: s.m. Ato ou efeito de relacionar. Amizade, intimidade: travar relacionamento com alguém'. Mas esse Dicionário da Língua Portuguesa precisava mesmo ser atualizado a modernidade. 

Então, ela precisa se convencer - rápido - da ausência de vínculo. Ela precisa não se importar com a possibilidade de mais pessoas na vida dele, porque a vida é dele. Ela precisa discutir sexo livre e toda aquela estória sobre os direitos sobre o corpo e liberdade de desejar as pessoas por uma dia. Ela precisa reafirmar sua postura feminista, de mulher que não sofre por quem não a quer. 
Sério mesmo? 
Acredito que já é passada a hora de tanto rótulo. As pessoas mudam frequentemente -geminianos mudam diariamente, leoninos a cada crise, arianos a cada mudança do outro, porque ele se adéqua -  e isso não deve ser um problema. Mas se você quer que seja, será. Entra em crise, tem problema não. O problema é permanecer nela.
Algumas pessoas fizeram a opção de não sofrerem e os motivos são variados: cansaram de sofrer, não são livres pra isso, estão ocupadas e ocupados demais em serem felizes. Outras, deixam vir. O que vier. Vai ter hora pra tudo.

Discutir política depois do sexo. Falar muito de amor, sem aquele 'esteriotipozinho de merda' da romântica sofrida. Ficar triste em ver quem se quer querendo outra. Ficar feliz em poder falar da revolução feminista sem perder a vontade do carinho e do colo em momentos de fragilidade. Poder mudar de ideia. Isso sim, é ser de verdade. Isso sim, é aceitar que não gostem da verdade que você é. Isso sim, é ser segura do que se quer, onde se quer e como se quer. Isso sim, é achar que o pouco de hoje, pode ser o suficiente de amanhã. 



4 comentários:

  1. Caramba! Texto lindo...
    Nos cobramos tanto e de tantas maneiras, inclusive, pra piorar há outras e outros que nos cobram também; um mundo repleto de culpa e de padrões pré-estabelecidos, que nos pressiona à uma adequação impossível à modelos ideais de comportamento.
    Ser subversiva, errar, temer, aceitar, tudo isso faz parte da tentativa heroica de ser feliz. Vai dar certo, mesmo que dê errado! =P

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  2. Não sei o pq, mas a senhora sempre me manda as coisinhas na hora certa... Arrasou gata
    xêeero

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