Eu passei o dia falando e
pensando em trabalho. O dia trabalhando. Escrevendo, editando, divulgando.
Reclamando. De novo. Muito. Mais uma vez. Ganhei tecidos pra levar na
costureira e pedir pra ela fazer blusas de botão. Daquelas "de
trabalhar". De trabalhar. Especificamente. Tipo, professora.
Li e reli vários textos de
sentimentos desconexos e sinceramente, reescreveria todos iguais, com as mesmas
vírgulas. Pensei que talvez, eu não os mostrasse. Pensei que quando as pessoas
não liam as minhas 'coisas doidas', eu era menos observada e melhor, eu me
preocupava menos com as observações.
Eu arrumei minha caixa de
brincos, fiz as unhas, as sobrancelhas, lavei o cabelo. Eu fiz macarrão
instantâneo com cebola, alho, bacon, queijo coalho, orégano e azeite e comi assistindo televisão.
Eu conversei sobre como é difícil
convencer as pessoas da importância delas pra mudanças sociais. Ouvi alguns
problemas de alguns amigos. Marquei agenda até a quinta-feira. Passei o dia
falando de trabalho.
Não fez diferença. Já é outro
dia. Especificamente, outro dia. Vou amanhecer de unhas feitas, cabelo lavado e
uma provável dor de barriga. Os contatos feitos, as reuniões agendadas, o
sucesso em algumas atividades, são consequência. De resto, ao contrário, bem ao
contrário do que eu queria, tudo ainda ocupa o mesmo lugar.
Menos o bacon.
Nenhum comentário:
Postar um comentário