Eu me apaixonei por um belo
rapaz. Ele não se apaixonou por mim. Mas eu sou meio perturbada e me perguntei
algumas vezes: por que não eu? Sou tão incrível. Bem, ele não acha. Um dia,
surtada das ideias, eu fui fazer uma investigação sobre as mulheres com quem
ele sai. Se você que está lendo é uma mulher, não me pergunte como eu sei. Você
sabe como eu sei.
Descobri que elas obedecem a uma
mesma linhagem estética. Grandes sorrisos. Em comum entre elas, também a
maneira de se vestir: longos, blusas de manga, estampas de flores, ‘poás’,
corações, saias que fazem a gente pensar: nossa, ela é inteligente. A discrição
é outra coisa que as liga. Fotos privadas, poucos contatos em redes sociais,
fotos de sombras e não de rostos.
Bem, minha “pesquisa” teve que
encerrar por aí e eu não tenho certeza alguma sobre o que elas de fato são. Mas
descobri uma coisa: não seria igual. Também não tenho como saber se é um
critério. Não seria igual.
Alguém que se apaixona pelo que
você parece ser e não pelo que você é não pode ser assim, tão surpreendente. Eu
não sou assim, tão surpreendente. Me pego procurando motivos pra ele não me
querer. É pequeno, mas é honesto.
É curto, mas é de verdade. É
assanhado, mas é livre. É escandaloso, mas guarda alguns segredos. É gritando,
porque ninguém pediu que fosse baixo.
Eu me apaixonei por uma bela
mulher. Ela se apaixonou por mim também. Nunca vi mais linda. Ás vezes ela usa
longos, mangas, corações. Mas é sempre por ela e nunca é com sombras.
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