quarta-feira, 29 de abril de 2009

Gritando a Violência contra as Mulheres.




Sofremos violências diárias em todos os setores da sociedade, e agora surgem pesquisas informando: “MULHERES SÃO NÚMERO SIGNIFICATIVO EM REPRESENTAÇÕES CRIMINAIS”. Nas entrelinhas: ”MULHERES AGORA SÃO VIOLENTAS”. E o termo ‘violentada’ é cada vez menos usado. Como se não bastasse o peso da opressão histórica, somos comparadas -e equiparadas- aos homens em relação à violência latente dos nossos dias.

Escutamos ainda coisas do tipo: ‘Vocês não batalharam tanto por direitos iguais?’ Não se espantem. Fazem mesmo essa pergunta. Numa avaliação plural, entendemos que mesmo depois de tanta luta, somos violentadas todos os dias, se quando ocupamos os mesmos cargos que homens, tendo a mesma formação profissional, recebemos salários inferiores. Se quando no espaço acadêmico somos aliciadas e/ou constrangidas por professores e colegas. Se quando engravidam, as jovens se vêem sozinhas com crianças nos braços, e nega-se qualquer tipo de assistência estudantil. Se cada vez mais as mulheres estudantes são molestadas e estupradas nos campi universitários, ou a caminho de casa, tarde da noite, voltando de suas respectivas aulas. Não sofremos nós, todo esse tipo de violência? Mas estamos aqui. Soltando as vozes. Fazendo barulho. Gritando alto.

Gritamos que violência contra a mulher não fica no “subir o morro” falando de planejamento familiar para logo depois estarmos cobertas de críticas por defendermos a LEGALIZAÇÃO DO ABORTO. Mais que o aborto, o que mata é a hipocrisia. Lutamos pelo direito à informação, pelo direito pleno a responsabilidade pelo nosso corpo.

O índice de criminalidade cresce de maneira proporcional a esquizofrenia que a sociedade produz. E o que podemos nós fazer? Gritar que estamos aqui! Que queremos atitudes, e que lutaremos por elas!


Bárbara Vasconcelos e Roberta Barcellos.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Um resgate de heréges.

Somos todos perdidos.
Vivemos em um mundo de ir e vir constante. E a quem podemos fazer queixas? Caso isso lhe incomode, claro.
Será que a gente pode colocar nas pequenas causas, destino traidor?
Não. Não podemos. Logo... Vamos seguindo os acontecimentos.
O que acontece agora é que não posso estar cega. Eu não posso ver as coisas nas quais eu confio, serem derrubadas como muros que incomodam. Estou sendo levada e o caminho tem me agradado bastante. Até por que eu já o conhecia. Mas sabe quando uma coisa velha tem cheiro de coisa nova?
Novas formas de chegar onde queremos.
Novas maneiras de olhar para o rosto das pessoas.
É, não tem mesmo como colocar nas pequenas causas destino traidor.
O que a gente tem que fazer é seguir o sangue. É deixar correr. É correr atrás.
É pintar o rosto. É ensaiar palvras de ordem.
Sempre terá o que diga que é uma luta em vão. Com esses aprendi a não me preocupar. Eles sempre nos verão com bandeiras levantadas e um dia dirão:
"Será, que com tanta insistência, eles não tenham mesmo razão?"
Meus amigos, é aquela hora do tudo ou do tudo.
Apito numa mão, bandeira na outra. Por que somos todos perdidos mesmo. E isso não se nega.
Nesse mundo que estou vendo, eu não me acho. Você se acha? Se a resposta for não, faça alguma coisa pra se achar.
Que tal mudar o mundo?
Ah... Seu vizinho já te falou que não dá?
Pergunta a ele se ele não tentou pouco.
Por que até eu conseguir, eu terei tentado pouco.
Somos todos perdidos...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Um mundo de sozinhos.


E vou eu começando a escrever ás 3:00h da manhã. Como se houvesse hora pra colocar pra fora o que preso está.
Tenho me sentindo meio sem rumo e me fazendo perguntas que geralmente calamos. Preferimos abafar.
Porque eu não as abafo? Porque as quero fazer?
Daí comecei a pensar que talvez esteja eu no mundo errado. Que nesse mundo aqui não me cabe. Por que se eu for falar dos meus medos com as pessoas (normais) vão querer me internar, me amarrar numa camisa de força. E seguindo isso, eu vou acumulando cada dia mais perguntas.
Sexualidade se discute?
Toda verdade é relativa?
Certo é certo e errado é errado?
O mundo é o não é um moinho que vai triturar meus sonhos tão mesquinhos e reduzir as ilusões a pó?
E todas as vezes em que ouso fazer qualquer desses questionamentos, vou observando que o mundo está cada vez mais individualista. Pois as respostas sempre são:
A sexualidade é minha e eu a divido com quem eu quiser.
O que é verdade pra você pode não ser pra mim.
O que é errado pra você pode não ser pra mim.
Não quero dizer com isto que o mundo acabará. Mas as vezes tenho medo que formemos um "mundo de sozinhos".
Singularidade é símbolo da nossa geração. Não devemos nada a ninguem. Podemos tudo. Isso é de fato a evolução?
E a cada segundo mais perguntas sem respostas que me convençam. Me sinto como se estivesse na feira livre das informações. E tem tanta variedade que eu "não sei o que levar".
É a torre de Babel do novo milênio. É a guerra tecnológica onde todos podem sempre mais que alguem. E fico eu, pobre mortal que não quero ser melhor que ninguem, no meio da avalanche. Das gotas de palavras que não acabam. Não acabam.
Pode. Não pode. Faça. Não faça. Cresça. Não obedeça padrões. Não case na Igreja. Não batize seu filho. Não se encaixe em um mundo artificial...
E se for a minha grande vontade? A minha função. O meu dever.
Em cima da torre (de babel) tem sempre alguem gritando: você pode mais.
E eu fico daqui de baixo respondendo: Mas eu só quero isso.
Pena. Ele, ou ela, (não sei nem se sexualidade existe) não me ouve. De baixo é complicado gritar. Aí me vejo obrigada a ir subindo.
O problema é chegar lá em cima e se perguntar: "O que é que eu to fazendo aqui?"
E sempre terá alguem cheio de teoria pra explicar as razões. Mas... como é que ele, ou ela, (não sei nem se sexualidade existe) sabe?
Toda verdade é relativa?