quarta-feira, 31 de julho de 2013

Índios Ocupam a Gerência Regional de Educação do Sertão de Itaparica.


Índios de diferentes etnias ocuparam na manhã de ontem, por volta das 7h, a sede da Gerência Regional de Educação (GRE) do Sertão de Itaparica, em Floresta. Entre as comunidades indígenas presentes, membros das tribos Pankará, Atikum, Pankararu e Pipipã dançavam o toré, dança tradicional de origem destes povos.


O motivo para o ato diz respeito a reivindicações que os índios fazem ao Governo do Estado (Secretaria de Educação) e Governo Federal. Estão sendo pautadas pelos manifestantes a atualização dos salários atrasados dos motoristas que realizam o transporte coletivo entre as comunidades e as cidades circunvizinhas; a contratação de merendeiras, porteiros, auxiliares de serviços gerais e vigilantes para as escolas da rede estadual que atendem o povo indígena local e a criação da categoria de professor indígena.
Uma índia Pankará presente, Noêmia Lopes, disse que “as escolas são de difícil acesso e por isso o povo precisa de transporte público, além disso, também faltam merendeiras nas escolas e os serviços de transporte estão sem remuneração há algum tempo”.
Outro índio, Fábio Pedro, comentou a situação dos que aguardam a contratação para o serviço de porteiros e vigilantes. “Nós ainda não fomos convocados. É a terceira vez que nos prometeram a contratação. Em dezembro nos apresentamos e pediram que aguardássemos quinze dias e nada aconteceu, renovando a promessa para duas semanas após o carnaval e não tivemos nada garantido. Novamente nos disseram que em julho haveria a contratação para começarmos no segundo semestre, mas julho já está no fim e ainda não fomos comunicados”, desabafou Fábio.
Segundo ele, quase um ano depois da primeira promessa, uma das unidades de educação, a Escola Indígena Olho D’água do Padre, município de Carnaubeira da Penha, permanece com apenas um porteiro, que trabalha durante os três turnos, servindo à escola também como vigilante.
Pajé Pedro Limeira de 83 anos, da tribo Pankará, engrossava o coro da cobrança com um veemente apelo de atenção da GRE e denunciou a situação do povo indígena, liderando o tom de indignação. “São mais de 50 motoristas que servem ao nosso povo, transportando a gente, mas sem receber salários atrasados que quando chegam já vem com descontos”, explicou o Pajé.
De acordo com Pedro Limeira, os motoristas querem receber os empenhos atrasados reajustados, com correção e juros. A justificativa é a de que os profissionais já estão devendo muito aos postos de gasolina e casas de peça. “Eles estão mantendo os carros e servindo nossa gente tirando do próprio bolso e já estão devendo no comércio. Somos um povo unido, trabalhador e limpo, sem sujeira, não é justo que fiquemos sem confiança. Tem motorista sendo cobrado e ameaçado de ser chamado pela justiça pra pagar o que deve, porque não recebe pagamento”, completou o pajé.

Os índios chegaram ao prédio da sede da GRE do Sertão de Itaparica por volta das 7h e segundo todos os presentes ninguém deu resposta até as 12h15. “Enquanto não tivermos resultado não sairemos daqui”, garantiu o Pajé Pankará.

Texto: Zé Cidão.
Foto: Bárbara Vasconcelos.
CACTOS. 

domingo, 7 de julho de 2013

Da Cor Deles (parte 2)

                Eu desisti. Aprendi na faculdade de Jornalismo, que não é de bom tom (não errado) fazer citações e/ou pergunta no primeiro parágrafo, porque é ele quem guia a leitura e se você cita alguém, tira o foco da sua própria ideia. Se você questiona, o/a leitora pode achar que você não sabe sobre o que está escrevendo. O fato que é que não sei. Quem sabe de paixão? ‘Ige’, perguntei. A certeza é de que essa história é feita de várias primeiras e únicas vezes.