sexta-feira, 7 de junho de 2013

Frágil? Cristal e Muro.


Eu não sei você, mas eu acredito nas pessoas e quero morrer acreditando. Mentira. Quero viver acreditando. Quero olhar em cada olho e dizer que gosto de suas cores, sem o receio de ver meu amor por cores, se transformar em dores da falta das cores. Dá pra entender? Se não, você deve parar de ler agora.


Resolveram, não me perguntem em que tempo, que o mundo seria dividido em classes: sociais, sexuais, gramaticais, viscerais, laterais, bilaterais, conjugais e tantos ais, que a gente chega a esquecer que é por prazer. Para trazer. E dentro dessas classes, todas elas foram subdividas em três: parte que ama, parte que é amada e parte que quebra, sendo a terceira, existente nas demais, sem pedir licença. A parte que quebra, nunca pergunta se pode. Quebra.
Há muito tempo atrás... não, não. Passado não. Em um futuro bem próximo, uma mulher branca, heterossexual, apaixonada, dirá que ‘todo aquele que me quiser ter, terá’. E nunca mais terá uma relação sexual gratuita e por amor, porque a tendência, é que as pessoas passem a querer apenas o que não podem ter. Essa mesma mulher, já acostumada com sexo pago, ela dirá que o sistema político brasileiro é falho, porque é construído por pessoas falhas, para corrigir outras falhas, de mais pessoas falhas. E nunca mais será ouvida, porque o natural, é que sejamos levadas e levados, por um sistema que diz que: “ para interferir, é preciso estar dentro e para entrar, é preciso não falar sobre tudo”.
É por isso que eu prefiro falar de amor.
Ouvir dizer que a fragilidade pode conquistar. Que talvez, as minhas armaduras fossem facilmente aceitas, se eu as disfarçasse de tecidos leves. Não consigo. Mas é hipocrisia dizer que não tento, que sou pura, que sou fraca. Não sou. Mas não sou forte. Quebro e tenho medo de quem não quebra.
Na luta por um mundo mais justo, eu fico do lado do mundo. Porque tem um monte de gente perto da gente, que mal olha pra gente, mas que acha que a gente, não sente. Eu não entendo promessas, acordos, apertos de mão, se quem faz, sabe que não sente. Eu acredito menos ainda em falta de fé, em levar a vida como se ela fosse detalhe, pequena.
Hoje eu quebrei um cristal. Joguei na parede. Quis testar a resistência. E acontece que ele partiu em muitos, inúmeros, incontáveis pedaços. Não dei a mínima atenção. Saí, vi amigos, fui no mar e quando eu voltei, os cacos estavam no mesmo lugar, quase dizendo que se eu não recolhesse, não sairia de lá. Eu juntei e não joguei nada fora. Estou pensando ainda em uma maneira de dar utilidade aos cacos, porque uma coisa é certa: perder todas as possibilidades, é muito mais dolorido que fazer consertos.

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