Antes
de começarmos com os encaminhamentos que me foram pedidos e questionados
durante a última semana, acho que é preciso deixar clara uma coisinha,
pequenininha, detalhezinho, besteirinha tola: o Partido dos Trabalhadores e das
Trabalhadoras, mudou a realidade desta cidade (Recife), deste estado
(Pernambuco), deste país (Brasil) e vem ajudando na construção de alternativas
para mudanças em todo o mundo. Não, não. O ex Presidente Lula, mesmo sendo um
grande político, não fez isso sozinho. É dentro dos detalhes. Chama-se Projeto
Político Partidário e se dá, quando um grupo organizado estabelece uma meta
(plano de governo), disputa o governo, ganha o governo e implementa o projeto.
Acertados? Vamos lá.
Você
já ouviu falar em política de aliança?
Dois ou mais grupos que se unem em nome de uma causa e por aí vai. O que
não tem escrito em lugar nenhum, é, quais são essas tais causas. As ditas, as
gritadas e expostas, são: estamos do mesmo lado; tática de sobrevivência (quando
o grupo só existe dentro de determinado espaço, compondo); estratégia de
governo (quando o grupo tem maiores facilidades de governar, compondo). Essas,
entre outras, são as “bonitas”, as que são desenhadas em papel manteiga,
explicadas ao povo. Povo? Bem... As não ditas, são as que estão em evidência agora
e eu vou inverter a ordem: aliança de política. Essas, não são gritadas. (psiu)
E qual a intenção delas? Manchar imagens, distorcer fatos, se aproveitar de
crises, tentar ser maior, esconder erros de um (porque acham que quando se
juntam, respondem como grupo e não tem mais que acertar as “falhas” cometidas
enquanto eram um) e tudo, em nome do povo. Povo? Bem...
Quando
alguém me para na rua e me pergunta como vai o meu partido, eu pergunto de
volta: como vai o seu? A resposta normalmente é: “você ta doida? Eu não tenho
partido. Não me meto nessa sujeira”. Mas são essas as pessoas que não
interferem, não modificam, não ampliam.
Dos
erros do meu partido, Meu Partido, eu sei. Querem um resumo breve dos acontecimentos
em Recife? Pessoas morrendo soterradas, em conseqüência das quedas de barreiras
durante o período de chuvas. Trânsito caótico. Educação que não prepara seus
profissionais... Ah, isso é um problema da gestão e não do partido? Você
precisa resolver suas opiniões, companheiro. Dos acertos do meu partido, Meu
Partido, eu sei. Incluímos pobres e negros na Universidade. Levamos às ruas o
debate de democratização dos meios de comunicação. Discutimos cultura de dentro
da comunidade, para fora dela. Entregamos conjuntos habitacionais aos montes.
Levamos a tona, o debate sobre a descriminalização das drogas. Discutimos
gênero. Ah, isso é mérito da gestão e não do partido? Você precisa definir
melhor suas opiniões. Companheiro?
Eduardo
Campos é estratégia, cálculo, articulação pesada. Não é petista querer destruir
Eduardo, que se mostrou mestre em Aliança de Política. Luciano Siqueira é vice.
Não é petista, desmerecer o trabalho do companheiro que sempre esteve ao nosso
lado (tática de sobrevivência?). Petista, mas petista mesmo, é honrar uma
história construída com muita luta, independente das gestões, porque problema
interno, se resolve internamente. Petista, mas petista mesmo, é dar uma olhada
no estatuto partidário, entender as lacunas e questioná-las, dentro. Isso não
quer dizer maquiar, fingir, ter medo. Quer dizer que para fora das nossas
limitações quanto grupo, tem “grupos” que estiveram sempre à frente, com o
poder nas mãos e ao contrário de nós, não trabalharam em nome do povo e que pra
voltar a ter essa dominação, esquecerá qualquer conceito de respeito e ética.
Na
Wikipedia, a nossa definição é assim ó: um dos maiores e mais importantes movimentos
de esquerda da América do Sul. Por essas e por outras, me resta a luta.