sexta-feira, 30 de março de 2012

Dama e Meretriz.

No século passado, as mulheres eram convencidas de que não fazer exposição de partes do seu corpo, como os tornozelos, as manteriam puras e respeitadas e que assim, os homens teriam mais curiosidade em torno do silêncio que as cercava. Desta maneira, outras mulheres que não usassem combinações perfeitas, corpetes, cintas-liga, ou eram as empregadas das casa de família, ou eram meretrizes, destruidoras de tais famílias. 
Mulheres que amarravam suas saias, não para que elas ficassem mais curtas, mas para que não se prendessem a elas enquanto davam largos passos, carregando latas d'água na cabeça. Mulheres que não usavam espartilhos e sim blusas feitas de tecidos grossos e de fácil acesso para as bocas dos filhos famintos. 
Conta-se que as damas da alta classe, vestiam "melhor" suas 'amas de companhia' para que elas pudessem transitar na 'casa grande'. Lhes davam sutiãs. Lhes amarravam os seios. Alegavam que uma mulher não poderia se mostrar daquela maneira, que era de baixo nível, que era ofensivo, abusivo, repulsivo.
Mas na verdade, elas, as damas, não entendiam porque foram educadas para se vestir com delicadeza, falar baixo, colocar a mão em frente aos lábios quando sorrir e, durante as madrugadas, ouvirem seus maridos darem gargalhadas, gemerem e gozarem, deitados em um lugar fétido, no qual durante o dia, eles não passam perto e com as mulheres que durante o dia, eles chamam de vulgares.
Mulheres e homens não nascem preconceituosos. As sociedades os deixam assim. Homens e mulheres não nascem hipócritas. As sociedades os deixam assim. 
Hoje, século 21, com o mundo em um clique, ainda existem as mulheres que se separam entre damas e meretrizes e não entendem que século passado, muitas damas tiveram dúvidas, procuraram respostas, sofreram e lutaram para que uma classe não fosse separada por outra classe. Mulheres conquistaram o poder de não permitirem mais que o patrão negue a esposa e coma a empregada. Mulheres Conquistaram a responsabilidade de cuidarem sozinhas de seus filhos, garantirem a educação e o sustento da família. 
É preciso entender que a dama e a meretriz (transformada em qualquer coisas por não atender aos critérios de uma sociedade machista) estão hoje e sempre estiveram do mesmo lado. Mulheres, mães, esposas ou não. 
Elas jogaram o espartilho fora. Elas compraram espartilhos. Elas se misturaram. 
E você ainda vai julgar alguém que se nega a ter seios amarrados?

terça-feira, 13 de março de 2012

Do Erótico

Digamos que ela não estava em seu estado "normal". O vestido, era como de costume, curto. O cabelo, era como de costume, solto. A gargalhada, como de costume, era toda. Então, ele que era apenas um rosto lembrado de longe, um rosto qualquer, abraçou a nossa moça como se fosse despi-la ali mesmo. Chove. Eles não sentem.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Das Várias Formas de Amor.

Existem vários, inúmeros, incontáveis tipos de amor. Alguns, só sentiram de uma maneira. Outros de todas. Outros, de nenhuma. Mas é fato que, um dia chega. Da forma que for...

Existe o amor por acaso. O amor que une duas pessoas pelo destino. Que faz eles se conhecerem num show de forró, se beijarem, trocarem telefones, se encontrarem mais pra frente e se amarem. Em guerra 24 horas por dia. Sendo amantes um do outro apenas em breve momentos de silêncio.
Outro amor, é o ideal da beleza. Negro, forte, sorridente. Que chega do nada e do nada vai embora. Te deixa aos prantos como se a culpa da partida, fosse sua. Como se todo o amor que você lhe dava, fosse demais pra suportar. Peso.
O amor que adianta o passo pra abrir a porta do carro ou puxar sua cadeira é daqueles pra quem você olha e pensa: ele podia ser meu. Que te leva no café e fala sobre política. Que tem barba rala, olhos claros e te beija como se beijasse uma estrela. Devagar.
Tem o amor do cuidado. Um dia, você acha ele no seu caminho e ele estará sempre lá. Pra cuidar de você e ser cuidado. Pra deixar claro que amor que cuida, é amor pra sempre. O problema desse amor, é que algumas pessoas querem sexo nele. Amor que cuida é ocupado demais pra ter sexo. Deixe-o apenas como cuidador e cuide dele. Amor desses, não se perde.
Tem o amor do corpo. Ele te faz tremer só de te olhar. Quando te toca, todos os pelos gritam, todos os arrepios falam baixo. Desses, tenha aos montes. Desejo.
O amor de praia vai lhe proporcionar belas vistas. O amor que desenha. O amor que você só sente às vezes. O amor que pede silêncio. O amor que grita...
O amor de carnaval é aquele que você sabe que terá uma vez por ano e que a cada ano, será mais intenso. Ele chega num frevo e vai num samba. Usa seu suor como água. Ele vai embora logo e por isso, gasta todas palavras em um só dia. "Linda. Quero você de novo. Vem pra cá?". E você vai. Mas corra. Depois do carnaval, ele vira o amor do corpo. Te faz tremer só de te olhar. Desejo. O problema é que depois do carnaval, você muda de vontade desse amor.
Por último, tem o amor simples. Mas desse, eu não sei nada.